A azatioprina é um imunossupressor indicado para o tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide, esclerose múltipla ou doença de Crohn, ou para prevenir a rejeição após transplante de fígado, rins ou coração, por exemplo.
Esse remédio age diminuindo a ação do sistema imunológico, impedindo que as células saudáveis do organismo ou o órgão transplantado sejam atacados e destruídos pelo próprio sistema imune.
A azatioprina pode ser fornecida gratuitamente pelo SUS ou comprada em farmácias ou drogarias, na forma de comprimido de 50 mg, com os nomes Imussuprex ou Imuran, por exemplo, e deve ser usada somente com indicação médica.
Para que serve
A azatioprina é indicada para o tratamento de doenças autoimunes, como:
- Artrite reumatoide grave;
- Lúpus eritematoso sistêmico (LES);
- Doença de Crohn ou retocolite ulcerativa;
- Esclerose múltipla ou esclerose sistêmica;
- Dermatomiosite ou polimiosite;
- Miastenia gravis;
- Hepatite autoimune;
- Pênfigo vulgar;
- Poliarterite nodosa;
- Anemia hemolítica autoimune;
- Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI);
- Uveítes não-infecciosas.
Além disso, a azatioprina é indicada para reduzir o risco de rejeição de transplante de órgãos em crianças ou adultos, como rins, coração ou fígado, podendo ser usada em combinação com corticoides ou outros remédios imunossupressores. Confira a lista dos principais remédios imunossupressores.
Como tomar
A azatioprina deve ser tomada por via oral, com um copo de água, sendo recomendado ingerir o comprimido pelo menos 1 hora antes ou 3 horas após uma refeição ou beber leite.
As doses da azatioprina variam de acordo com a condição a ser tratada e incluem:
1. Doenças autoimunes
A dose inicial normalmente recomendada para adultos é de 1 a 3 mg por Kg de peso corporal, por dia.
Essa dose pode ser ajustada pelo médico de acordo com a resposta ao tratamento e avaliação de exames de sangue.
2. Prevenção da rejeição de transplantes
A dose normalmente recomendada é de 5 mg por Kg de peso corporal, no primeiro dia de tratamento.
As doses de manutenção variam de 1 a 4 mg por Kg de peso corporal por dia, que devem ser indicadas pelo médico de acordo com as necessidades da pessoa e avaliação de exames de sangue.
Para o tratamento de rejeição de transplante em crianças, as doses normalmente recomendadas são as mesmas dos adultos.
Cuidados durante o tratamento
É importante não interromper o tratamento com a azatioprina por conta própria, sem que tenha sido indicado pelo médico.
Além disso, deve-se tomar a azatioprina nos horários certos conforme indicado pelo médico e fazer consultas médicas regularmente para acompanhar a eficácia do tratamento e o surgimento de efeitos colaterais.
Possíveis efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns da azatioprina são náuseas, diarreia, dor de estômago, queda de cabelo, ou rash cutâneo. Saiba identificar os sintomas de rash cutâneo.
Além disso, outro efeito colateral comum da azatioprina é o aumento do risco de infecções, uma vez que diminui a ação do sistema imunológico para combater vírus, bactérias ou fungos, podendo também ocorrer reativação do vírus varicela zoster ou hepatite B, por exemplo.
Embora seja mais raro, a azatioprina pode causar anemia, colite, diverticulite, perfuração intestinal, lesão no fígado, linfoma, câncer de pele, sarcoma de Kaposi e não-Kaposi, câncer de colo de útero in situ, leucemia mieloide aguda ou síndrome mielodisplásica.
Quando a azatioprina é utilizada com outros imunossupressores, existe um risco aumentado de infecção cerebral grave, chamada leucoencefalopatia multifocal progressiva, devendo ser comunicado ao médico imediatamente caso a pessoa apresente sintomas como dificuldade para falar ou pensar, problemas de visão ou distúrbios musculares.
Quem não deve usar
A azatioprina não deve ser usada durante a gravidez ou amamentação, ou por pessoas que tenham alergia à azatioprina, à mercaptopurina ou qualquer outro componente do comprimido.
Esse remédio também não deve ser usado por pessoas em tratamento com ribavirina, e deve ser usado com cautela em pessoas que tenham doença renal e/ou insuficiência hepática.
Durante o tratamento e até 3 meses após o término do tratamento com a azatioprina, a pessoa não deve receber vacinas com organismos vivos ou atenuados, uma vez que podem causar infecção.