A calcitonina é um hormônio produzido pela tireoide, cuja função é controlar a quantidade de cálcio que circula na corrente sanguínea, o que é feito ao impedir a reabsorção de cálcio dos ossos, diminuir a absorção de cálcio pelos intestinos e aumentar a excreção pelos rins. Assim, a calcitonina é muito importante para a manutenção da saúde dos ossos, e, por isso, alguns medicamentos contém este hormônio na composição, como os que são usados para o tratamento da osteoporose, doença de Paget e excesso de cálcio no sangue, por exemplo.
Além disso, é possível realizar o exame de calcitonina com o objetivo de detectar um tipo de câncer da tireoide chamado carcinoma medular da tireoide, sendo considerado um marcador tumoral desta doença, pois provoca importantes elevações desde hormônio. A avaliação da presença de hiperplasia de células C da tireoide, também é outra indicação frequente, apesar de que este hormônio também pode estar elevado em outras situações, como no câncer de pulmão ou mama.
Para que serve a calcitonina
A calcitonina tem como principal função regular a quantidade de cálcio que circula no sangue, pois atua diretamente na atividade dos osteoclastos, que são as células responsáveis pela destruição óssea. Assim, ao inibir a atividade dessas células, é possível prevenir o desenvolvimento da osteoporose, por exemplo. Além disso, diminui a absorção de cálcio nos intestinos, aumentando a quantidade de cálcio e fosfato que é depositado nos ossos, e é responsável por inibir a reabsorção de cálcio pelos rins, favorecendo a sua excreção na urina, o que ajuda a regular os níveis desse mineral circulantes no sangue.
Uma vez que a calcitonina é um hormônio responsável pela regulação dos níveis de cálcio, alguns medicamentos contém esse hormônio em sua composição, sendo normalmente indicados no tratamento de osteoporose, doença de Paget, hipercalcemia e distrofia sistemática reflexa. Além disso, a dosagem de calcitonina no sangue serve para acompanhar a resposta da pessoa ao tratamento e ajudar no diagnóstico de alguns tipos de câncer.
Quando o exame é indicado
O exame de calcitonina pode ser indicado pelo médico com diversas finalidades, sendo as principais:
- Rastreio da existência do carcinoma medular da tireoide;
- Investigação de hiperplasia das células C, que são as células da tireoide produtoras de calcitonina;
- Avaliação de familiares de portadores de carcinoma medular da tireoide, para detecção precoce do tumor;
- Observação da resposta ao tratamento do carcinoma medular de tireoide;
- Acompanhamento do câncer após retirada da tireoide, pois é de se esperar que os valores estejam baixos em caso de cura.
Apesar destas serem as principais indicações, deve-se lembrar que a calcitonina também pode ser aumentada em outras condições, como leucemia, câncer de pulmão, pâncreas, mama ou próstata, na presença de doença renal crônica, durante uma infecção bacteriana, hipergastrinemia, ou como resultado de uma hipercalcemia por hiperparatireoidismo ou outras situações.
Como é feito o exame
A dosagem de calcitonina é feita em laboratório, com solicitação do médico, onde se colhe uma amostra de sangue, para se obter os seus níveis basais. Os valores da calcitonina podem ser influenciados por algumas condições como uso de corticoides ou Omeprazol, idade, gravidez, tabagismo e etilismo e, por isso, uma forma de tornar o exame mais confiável é por meio da realização em conjunto com o teste de infusão de cálcio ou de pentagastrina, que não potentes estimuladores da secreção da calcitonina.
O teste de estímulo da calcitonina com infusão de cálcio é o mais disponível, e é realizado pela manhã, em jejum. O cálcio é injetado pela veia, em 0, 2, 5 e 10 minutos após a infusão, para avaliar se o padrão de aumento é considerado normal ou não.
Os valores de referência normais de calcitonina podem variar de acordo com o laboratório que realiza o exame, no entanto, é considerado normal:
- Homens: calcitonina menor que 8,4 pg/ml;
- Mulheres: calcitonina menor que 5 pg/ml.
No caso da realização de teste de estímulo, pode ser considerado normal abaixo de 30 pg/ml e positivo quando acima de 100 pg/ml. Entre 30 e 99 pg/dl, o exame é considerado indeterminado, devendo-se realizar mais exames para confirmar a doença.