A cordocentese, ou amostra de sangue fetal, é um exame de diagnóstico pré-natal, feito a partir das 18 ou 20 semanas de gestação, em consiste na retirada uma amostra de sangue do bebê a partir do cordão umbilical, para detectar alguma deficiência cromossômica no bebê, como a Síndrome de Down, ou doenças como toxoplasmose, rubéola, anemia fetal ou citomegalovírus, por exemplo.
O principal diferença entre a cordocentese e a amniocentese, que são 2 exames de diagnóstico pré-natal, é que a Cordocentese analisa o sangue do cordão umbilical do bebê, enquanto que a Amniocentese analisa somente o líquido amniótico. O resultado do cariótipo sai em 2 ou 3 dias, sendo esta uma das vantagens em relação a amniocentese, que demora cerca de 15 dias.
Quando fazer a cordocentese
As indicações da cordocentese incluem o diagnóstico da Síndrome de Down, quando não pode ser obtido por meio da amniocentese, quando os resultados do ultrassom são inconclusivos.
A cordocentese permite o estudo do DNA, do cariótipo e de doenças como:
- Doenças do sangue: Talassemia e Anemia falciforme;
- Doenças da coagulação sanguínea: Hemofilia, Doença de Von Willebrand, Trombocitopenia Autoimune, Púrpura Trombocitopênica;
- Doenças metabólicas como Distrofia Muscular de Duchenne ou Doença de Tay-Sachs;
- Para identificar porque o bebê está com restrição de crescimento, e
- Para identificar a hidropsia fetal, por exemplo.
Além disso, também é muito útil para o diagnóstico de que o bebê possui alguma infecção congênita e também pode ser indicada como forma de tratamento para transfusão sanguínea intra-uterina ou quando é necessário administrar medicamentos no tratamento de doenças fetais, por exemplo.
Saiba outros exames para o diagnóstico da Síndrome de Down.
Como é feita a cordocentese
Não é necessário nenhum preparo antes do exame, no entanto é preciso que a mulher tenha feito antes da cordocentese um exame de ultrassom e um exame de sangue para indicar seu tipo de sangue e fator RH. Este exame pode ser realizado na clínica ou no hospital, da seguinte forma:
- A gestante deita-se de barriga para cima;
- O médico aplica anestesia local;
- Com a ajuda da ultrassonografia, o médico insere uma agulha mais especificamente no local onde se une o cordão umbilical e a placenta;
- O médico retira uma pequena amostra do sangue do bebê com cerca de 2 a 5 ml;
- A amostra é levada para o laboratório para análise.
Durante o exame a grávida poderá sentir cólicas abdominais e por isso deve ficar de repouso durante 24 a 48 horas após o exame e não ter contato íntimo durante 7 dias após a cordocentese.
Após o exame podem surgir sintomas como perda de líquido, sangramento vaginal, contrações, febre e dor no pé da barriga. Para alívio da dor e do desconforto pode ser útil tomar um comprimido de Buscopan, sob indicação médica.
Quais são os riscos da cordocentese
A cordocentese é um procedimento seguro mas que tem riscos, como qualquer outro exame invasivo, e por isso o médico só o solicita quando existem mais vantagens do que riscos para a mãe ou para o bebê. Os riscos da cordocentese são baixos e contornáveis, mas incluem:
- Cerca de 1 de risco de aborto;
- Perda de sangue no local onde é inserida a agulha;
- Diminuição dos batimentos cardíacos do bebê;
- Ruptura prematura das membranas, que pode favorecer o parto prematuro.
Geralmente o médico pede uma cordocentese quando há suspeita de alguma síndrome genética ou doença que não tenha sido identificada através da amniocentese ou ultrassom.